O que nos vai trazer o sector do marketing digital em 2018?
É sempre arriscado fazer projecções sobre os próximos 12 meses num sector que muda a uma velocidade intensa. Onde, por vezes, o que hoje é verdade, amanhã é mentira.
Nós arriscamos.
Olhamos o que ficou do passado e as promessas dos novos tempos para perceber as tendências de marketing digital para elevar a tua empresa em 2018.
Mais vídeo, de todos os feitios e durações
O vídeo continua a ser fundamental numa qualquer estratégia de promoção. Seja de uma grande empresa ou de um pequeno negócio instalado numa arrecadação.
A sua importância está em crescimento contínuo e é seguro dizer que é uma tendência certa nos próximos anos.
Que tipo de vídeos?
À primeira vista, poderíamos ser tentados a pensar que a melhor opção é fazer vídeos curtos, fáceis de consumir e focados num único tópico. Afinal é o que parece estar a dar.
Por um lado, esta perspectiva tem lógica. Os vídeos curtos podem ser mais facilmente assimilados e vistos pelas pessoas, em detrimento dos longos. Em particular nas redes sociais e muito em concreto no Facebook.
Mas essa não é toda a verdade.
O Facebook adora vídeos longos, em particular aqueles que cativam e envolvem as pessoas, levando-as a ver durante mais tempo.
No ano passado, foi lançado o Facebook Watch, uma espécie de TV, reservada a determinados criadores e limitada geograficamente. Se a experiência resultar, é muito provável que esta iniciativa seja alargada a todos os utilizadores ao longo deste ano.
São ainda de esperar outras novidades relacionados com vídeo.
O Facebook tem a intenção de roubar alguma quota de mercado ao poderoso YouTube e, para isso, precisa de incentivar o uso do vídeo em larga escala. Mais ainda do que acontece agora.
Isto significa um maior incremento da preferência que o Facebook já atribui ao vídeo nativo (publicado de forma directa na rede social) e até o lançamento de uma aplicação móvel específica para o efeito.
Quem sabe se também não irá entrar no mundo das estações de tv…
E vídeos em todo o lado
Depois de fazer o vídeo e de o publicar no Facebook, no YouTube, no site, precisas de mais. Tens de encontrar formas de o reaproveitar e republicar. Uma, duas ou três vezes. Em locais diferentes ou usando outras perspectivas do seu conteúdo para apresentar e aproveitar uma exposição máxima.
Sem esquecer o vídeo em directo, que já é mais que uma tendência de marketing digital. É uma certeza.

Vídeo em directo ainda mais no topo das prioridades
As redes sociais e o YouTube criaram o caminho necessário para que a tendência do vídeo em directo seja uma certeza.
Se ainda não estás a usar este meio de contacto com os teus clientes ou potenciais clientes, precisas de o definir como uma prioridade para 2018.
Como seres visuais, estamos mais receptivos a consumir conteúdos em vídeo do que escritos. Lembras-te da frase “não li o livro mas vi o filme”…?
Neste momento, podes fazer uso do:
- Facebook Live
- YouTube Live
- Instagram Live
- Periscope
Desta forma podes aproveitar os benefícios que estas respectivas redes oferecem a quem faz os vídeos em directo, obtendo maior projecção e alcance. Podes também comunicar com os potenciais clientes em tempo real.
Tens ainda a vantagem de poder guardar os vídeos e voltar a usa-los mais tarde.

Instagram continua a crescer
Depois de uns tempos de incerteza sobre o futuro da plataforma, após a sua aquisição pelo Facebook, em Abril de 2012, o Instagram regressou à ribalta nos últimos anos. É uma tendência que veio para ficar a médio prazo.
O Instagram está também a crescer junto das marcas. Não só nos EUA mas também no resto do mundo.
Com as vantagens de ser um conteúdo visual, de gerar envolvimento e de possibilitar formas diferentes de intervenção, como as Stories (que ficam disponíveis apenas durante 24 horas).
O Instagram está ainda em crescimento na publicidade e a alargar a sua capacidade de cativar compradores de produtos sem sair da app. Neste momento, algumas marcas têm já a possibilidade de promover e vender produtos sem que o consumidor abandone a aplicação.
Não é de esperar que esta vertente se generalize este ano mas devemos contar com o aumento de empresas a receberem luz verde para este género de acções.
Aproveita as Críticas no Facebook
Não há melhor publicidade que o banal boca-a-boca (e daqui a pouco vamos abordar outro aspecto deste tipo de promoção).
No Facebook, as críticas são aquilo que há de mais aproximado ao boca-a-boca.
São cada vez mais importante para as marcas e empresas, na mesma medida em que a plataforma procura cativar os utilizadores a deixar críticas.
As críticas não servem apenas para estar na página. Podes e deves fazer com que cheguem a potenciais clientes. Por exemplo, podes criar uma ou mais publicações com as críticas e promove-la ou criar um anúncio específico.
Esta será uma das tendências de marketing digital menos esperada mas crescente em 2018.

Experimenta e testa o Pinterest
O Pinterest não tem o mesmo envolvimento e presença que o Instagram mas também tem registado um crescimento acentuado.
Para este ano é de prever que melhore a área das pesquisas, seja por palavra seja por imagem. Algo que pode ser muito interessante que empresas em que o apelo visual é elevado, como a alimentação, moda, hotelaria, beleza e outros.
É ainda de esperar um aumento da relevância do vídeo.
Se ainda não usas o Pinterest talvez esteja na hora de lhe dar uma oportunidade. Mas vai com tempo. É uma plataforma que implica algum tempo de aprendizagem e exige outro tanto tempo para ganhar tração.
Melhora e amplifica o teu conteúdo ao longo do ano
O conteúdo, em particular o marketing de conteúdo, não é uma tendência para 2018. É uma tendência de sempre. Faz parte desta lista porque deve continuar no centro das tuas preocupações.
Afinal, sem conteúdo (de preferência do bom) não tens nada para dizer.
É apontado como a principal actividade, aquela que terá maior impacto, em 2018 no marketing das empresas.

O conteúdo continua a ser rei.
Isto não quer dizer que tenhas de criar novas estratégias. Deves, em primeiro lugar, refinar e melhorar aquelas que já implementaste. Garante que o teu conteúdo é relevante para o público-alvo e que a tua audiência está perfeitamente definida.
Se ainda não estás a apostar em marketing de conteúdo, podemos dizer-te que chegas tarde à festa mas mais vale tarde que nunca.
Usa os bots para estabelecer relações
Se 2017 foi o ano da consolidação dos bots, 2018 promete ser o da sua generalização. É muito provável que tenhas de aderir a um sistema de bots, seja no Facebook ou no teu site.
O grau de complexidade é que pode variar, em conformidade com o teu negócio e com o teu site. Se é de carácter institucional ou uma loja online.
Os bots podem ajudar a esclarecer os clientes ou a estabelecer uma relação com outros utilizadores.
Micro-influenciadores em crescendo
Os influenciadores não são algo novo no marketing. Existem desde que existe marketing. Desde que as empresas decidiram usar pessoas conhecidas ou de referência para anunciar a sua oferta junto dos consumidores.
Para uma boa parte dessas marcas, o aproveitamento da imagem de uma personalidade famosa é uma boa opção.
Esta prática tem os seus custos, por norma elevados, e não está ao alcance de todos.
A não ser quando se reduz o âmbito da fama…
É aqui que entram os micro-influenciadores.
Ao que tudo indica, chegou o seu tempo.
São pessoas com algum peso nas redes sociais e em blogs, que são pagas para promover produtos ou serviços junto dos seus seguidores.
Isto é, escolhem pessoas de referência dentro de um determinado nicho para serem embaixadores ou promotores da marca.
O desafio está em saber escolher as pessoas correctas para o teu sector, aquelas que podem mexer com o público-alvo. Não numa perspectiva abrangente mas dentro de um núcleo limitado, onde a sua influência seja encarada como uma recomendação feita por um amigo.
A implementação de um estratégia de uso de micro-influenciadores envolve, no entanto, uma preparação cuidada:
- na escolha das pessoas;
- nas mensagens que estas têm de passar aos seus seguidores;
- no acompanhamento de todo o processo.

O LinkedIn renasceu
Depois de quase ter entrado na clandestinidade, o LinkedIn está a fazer um esforço para regressar à ribalta. Com sucesso.
Está a replicar as estratégias de outras redes e a tentar recuperar o tempo perdido.
Acrescentaram vídeo às contas dos utilizadores e implementaram muitas alterações e actualizações da plataforma.
Ao longo do ano passado, conseguiram aumentar o número de utilizadores e esta é uma tendência para 2018. Até porque devem ser lançados os anúncios em vídeo.
Ao contrário das outras redes sociais, o LinkedIn tem um carácter profissional. O que significa que, à partida, o valor de cada utilizador é diferente.

Anúncios no digital vão ficar mais caros
É inevitável.
O custo dos anúncios no digital está a aumentar. O Facebook e o Instagram são das plataformas mais baratas para publicidade mas o preço está a subir. É uma tendência para este ano.
Ainda assim, a publicidade online é ainda a mais económica e que melhores resultados traz a médio e longo prazo.
Retargeting será essencial
Apesar de pouco ou nada utilizado por muitas empresas, a realização de anúncios de retargeting é uma extraordinária forma de transformar utilizadores, pessoas que já tiveram um contacto com a tua marca, em clientes.
O retargeting, no entanto, não deve ser visto como uma acção simples.
Tem de ser enquadrado dentro de uma estratégia, que permita desenhar um percurso do consumidor até ao momento da aquisição.
O retargeting não é uma forma de perseguir os teus utilizadores, é uma possibilidade de personalizares a sua experiência com a tua marca.
Para este ano prevemos um aumento das iniciativas de retargeting por parte das empresas, numa ligação directa com o aumento do preço dos anúncios. Afinal, o retargeting fica – em teoria – mais económico.
Personaliza a mensagem
É, porventura, a mais importante de todas as tendências que selecionamos para o novo ano.
No marketing, o género ‘pronto a vestir’ está em queda. As pessoas querem uma atenção particular e exclusiva. Por isso precisas de fornecer uma experiência personalizada.
Não se trata de dizer o nome da pessoa, trata-se de lhe oferecer aquilo que pretende.
Isto exige um enorme atenção da tua marca e, claro, precisas de alguns elementos que esse utilizador te transmita:
- Deves encorajar a subscrição da tua newsletter e implementar uma estratégia de email marketing adequada às preferência indicadas;
- Deves convidar à criação de uma conta no teu site, algo relevante para lojas de comércio electrónico;
Neste ponto, a personalização anda de mãos dadas com a automação do teu email marketing.
À partida parece haver um contra-senso entre ‘personalização’ e ‘automação’ mas não é isso que se verifica. Neste caso, trata-se de automatizar processos repetitivos, através do uso de ferramentas e serviços, que acabam por facilitar a personalização das mensagens, oferecendo uma experiência pessoal.
Agora, e ao longo de todo o ano, as mensagens feitas à medida de cada pessoa são cada vez mais decisivas para as empresas. São estas que escapam ao ‘ruído’ e chegam às pessoas.
Como se pode fazer isto?
- Podes segmentar as pessoas com base no formulário que preenchem ao subscrever a newsletter;
- Podes ‘alimentar’ as pessoas com conteúdo de valor e definir, através das suas opções e acções, aquilo que lhes é mais relevante, com base na abertura das mensagens e dos cliques;
- Podes estabelecer uma sequência de emails que ajudem a perceber os interesses dessas pessoas.
O objectivo é fazer com que as pessoas sintam que estão a conversar contigo.
No entanto, tem em consideração as crescentes preocupações das pessoas com a sua privacidade. De resto, este será um tema relevante ao longo de 2018.
Humaniza a marca
As pessoas gostam de marcas e empresas com personalidade. Mas gosta ainda mais quando à personalidade juntam a humanização.
Nos últimos anos, o padrão da marca distante foi-se quebrando, para dar lugar à autenticidade do relacionamento entre pessoas. Esta é uma tendência que deverá registar um incremento este ano.
Cria uma marca que se preocupa com as pessoas, os seus gostos e preferências. Com o tempo terás a tua recompensa.
Conclusão
Apesar das muitas automações que podes criar em estratégias de email marketing, bots, retargeting, de toda a personalidade e humanidade que possa injectar no teu site, nas redes sociais e nos conteúdos, tudo se resume à tua capacidade de estares atento à evolução.
Nada muda mais depressa que o sector do marketing digital.
Estás preparado para um ano intenso?