Confessamos… Nem sempre as nossas recomendações devem ser seguidas à letra.
Estou a pensar naquelas em que sugerimos…
- “Esquece o jargão”.
- “Esquece a linguagem complicada que ninguém entende”.
- “Desce a tua comunicação para o nível de uma criança do sexto ano”.
Nem sempre tem de ser assim.
Uma das (boas) regras de uma comunicação eficiente é transmitir uma mensagem clara e simples, que seja compreendida pela maioria das pessoas.
Nesta perspectiva, as três sugestões acima apresentadas fazem todo o sentido. Deves respeita-las e cumpri-las (quase) sempre.

No entanto, como em todas as regras, há excepções.
Há aqueles momentos em que o uso do jargão mais ou menos técnico deve ser incentivado.
Vamos já perceber porquê.
O que é o jargão e quando o deves utilizar no site
Jargão pode definir-se como linguagem característica de um grupo profissional ou sociocultural. São palavras ou expressões especiais usadas por um grupo de profissionais e que são difíceis de entender por outras pessoas.
A definição não parece prometedora em relação à nossa mais importante de todas as recomendações: “usa uma comunicação simples e clara”.
Até parece que já vos ouço:
“Assim sendo, conta lá, quando é que o jargão deve ser usado no site ou nos emails ou no Facebook?”
Ora aqui está a resposta: Quando estás a procurar excluir pessoas.
Assim mesmo, sem receios.
Deves usar jargão apenas e somente quando pretendes falar para um grupo específico de pessoas e, ao mesmo tempo, procuras criar barreiras às restantes.
Quase como uma espécie de “não sabes a senha, não entras”.

Oferece o conforto da exclusividade quando queres excluir pessoas
As pessoas desse grupo profissional sabem que é para elas que estás a comunicar e sentem uma espécie de conforto pela exclusividade.
Desta forma estarás a estreitar a tua audiência e, em simultâneo, a criar um certo privilégio. Afinal, todos sabemos que um congresso de médicos é para médicos.
Mas… (há sempre um mas)
Seja no site, seja nas redes sociais, isto deve ser feito com cuidado, muita ponderação e em secções bem específicas do teu site. O mesmo em relação aos emails que são enviados e às publicações em redes sociais.
Dificilmente se pode justificar um site repleto de jargão técnico e expressões herméticas, mesmo que o teu público seja constituído apenas por profissionais do sector.
Dito isto, usa jargão quando e onde se justificar.
Com ponderação…
Reforça a credibilidade mas foge do excesso de jargão
Precisas de ter cuidado para não atafulhar o site de texto de jargão apenas e só porque achas divertido ou queres parecer importante. Isso não vai resultar.
Há muitos sectores profissionais que têm a sua linguagem própria, o seu jargão. Quanto mais específico é o sector, mais especializada será a linguagem.
O teu site deve ‘falar’ essa linguagem, até para lhe conferir maior credibilidade.
Se tens um site sobre publicidade é natural que, pontualmente, uses jargão de linguagem publicitária. A palavra-chave na frase anterior é ‘pontualmente’.

Cuidado com as siglas
E quanto ao uso de siglas?
Há um espantoso número de siglas nos dias de hoje, o que torna difícil acompanha-las.
Se as usares, explica-as primeiro, dizendo o que querem dizer e o seu significado. O mesmo com eventuais abreviaturas que sejam comuns no teu sector de actividade.
No entanto, também aqui evita os excessos em todas as circunstâncias. Esquece frases repletas de jargão e siglas.
Se quiseres uma espécie de limite, no máximo usa um termo técnico por cada 10 palavras numa frase. Apenas isso.
Conclusão
Usa jargão específico da tua actividade profissional sempre e apenas quando pretendes segmentar o teu público, por exemplo excluindo pessoas. Sempre na medida certa e somente em determinadas áreas do teu site.
Quando ficares na dúvida entre usar jargão ou não, não uses.
Lembra-te que uma comunicação só é eficiente se for clara de entender e simples de interpretar e estiveres a falar para as pessoas certas.