Saber como medir a velocidade do site, em particular um site WordPress, é algo simples. A questão principal está em saber como interpretar os resultados e optimizar o site para uma melhor experiência por parte dos visitantes.
É isto o que vamos fazer nas próximas linhas.
Em busca da métrica perfeita
A busca de uma métrica perfeita para medir a velocidade de um site pode ser frustrante. Nós sabemos.
Claro que a métrica principal é a velocidade de carregamento de uma página. Mas a questão central é que esta velocidade não depende apenas de um factor.
Quando uma página é carregada no navegador há um conjunto considerável de processos a correr e uns quantos aspectos a considerar.
Desde logo, questões externas, como a própria qualidade da ligação de rede, seja wi-fi ou através de cabo ethernet. Sem esquecer as características de equipamento utilizado e a velocidade permitida pelo fornecedor do serviço.

Depois há as métricas directamente relacionadas com o site.
O tempo que importa é aquele que leva um site a carregar na totalidade? Ou devemos medir, como prioritário, o momento em que o site fica visível e funcional?
Há sites que demoram uns 5 segundos a carregar na totalidade mas que estão prontos a serem usados ao fim de 1 segundo. Por outro lado, há aqueles que demoram 3 segundos a carregar no total mas só após esse tempo é que são ‘utilizáveis’.
Qual destes casos será o melhor?
Como em tantas outras vezes, a resposta será ‘depende’.
Por isso é importante perceber um pouco como é que as coisas funcionam.
O que acontece quando uma página é chamada
A partir do momento em que carregas num link ou carregas na tecla ‘enter’ na barra do navegador, começa o processo de carregamento da página que pediste.
São muitos passos, que podemos dividir, com a ajuda do Google em 3 níveis.

A rede
É sempre o primeiro elemento. O equipamento que usas tem de estar ligado à Internet. É aqui que acontece a primeira das limitações, dependente da velocidade e qualidade da rede e características do equipamento. Este é um aspecto no qual o teu grau de controlo é limitado.
A resposta do servidor
Acontece quando o teu equipamento pede uma página a um servidor e este a prepara e devolve uma resposta.
É um dos momentos mais importantes e também um dos mais técnicos. Está dependente da qualidade da infra-estrutura do serviço de alojamento onde está o servidor, das características da própria máquina, além do site em concreto.
Podes medir a performance de um servidor usando ferramentas como NewRelic, Datadog ou Pingdom Server Monitor, entre outros.
Estes são softwares que fornecem algumas métricas importantes como a existência de consultas lentas à base de dados e scripts lentos, que estão a prejudicar o desempenho do site.
A principal questão aqui é se os podes utilizar ou não no teu serviço de alojamento.
O plugin Query Monitor para WordPress
O WordPress tem alguns plugins que ajudam a fazer algumas destas avaliações. Um deles é o Query Monitor.
O plugin permite ver um conjunto de informações relacionadas com o site, como as consultas à base de dados, erros de PHP, e até integra algumas funcionalidades avançadas.
No fundo, ajuda a tentar encontrar as causas para um site lento.
No entanto, nem tudo é perfeito. O plugin consome alguns recursos, em particular a memória.

A resposta do navegador
Este é o ponto em que a página é construída e apresentada ao utilizador.
Com tudo aquilo que incorpora: imagem, texto, cores, HTML, CSS, JavaScript e tudo mais.
Este é o ponto em que é feita a maioria das avaliações de velocidade e performance de um site. Porque é também aquele em que é possível usar diversas ferramentas acessíveis e que não estão dependentes da rede ou do servidor.
A existência de uma grande diversidade de ferramentas é excelente mas também traz desafios.
Uma vez que estes sistemas medem as coisas de forma diferente podem causar dúvidas sobre qual será o resultado mais correcto. O melhor é esquecer isso “do resultado mais correcto” e aproveitar as vantagens de todas elas.
WebPageTest
É uma excelente forma de observar a cascata de carregamento de um site e da forma como tudo acontece, nos seus devidos tempos. É fantástica para detectar falhas que possam comprometer o fluxo regular de carregamento, como uma imagem que não aparece, por exemplo.

Google PageSpeed Insights
É obrigatória, porque é Google. É simples, com tudo o que traz de positivo. Fornece indicadores importantes do tempo real de carregamento como o Google o interpreta. Só isso a torna essencial para quem depende muito do tráfego via Google (e que só é a maioria dos sites).
O Google PageSpeed é agora operado pelo mesmo motor do Lighthouse, de que falaremos a seguir.

Lighthouse – extensão para o Chrome
É uma ferramenta de avaliação do Google que oferece uma análise bastante completa da performance de um site mas os resultados são, muitas vezes, difíceis de assimilar por quem não tem conhecimentos técnicos.
Apesar de ser o Lighthouse a fornecer os dados da avaliação do Google PageSpeed, a forma de apresentar os resultados é um pouco diferente. Além disso, a extensão para o Chrome possibilita mexer nas opções de configuração, fornecendo dados mais específicos às necessidades de cada utilizador.
Daí que, pelo menos para já, seja recomendável usar as duas ferramentas.
Ferramentas de programador do Chrome
O Inspector das ferramentas de programador do Chrome permite analisar o que está a acontecer no carregamento do site. É muito completo embora possa não ser intuitivo.

GTmetrix
GTmetrix é um serviço baseado na web que oferece informações sobre o carregamento do site e ainda presta algumas recomendações sobre como optimizar.
Pingdom Tools
Muito similar ao GTmetrix na sua essência, o Pingdom website speed test permite avaliar o tempo de carregamento e ajuda a encontrar eventuais problemas.
A utilidade das ferramentas de avaliação
Estas ferramentas são muito úteis para detectar problemas com:
- imagens a precisarem de optimização,
- lentidão provocada por Javascript ou CSS,
- atrasos causados por elementos que são carregados a partir de fontes externas.
Neste caso estão, por exemplo:
- fontes provenientes da Google (Google Fonts) e que ainda não foram integradas no site,
- ligações ao Facebook,
- ligações ao Instagram,
- ligações ao YouTube,
- outros fontes externas.

As principais métricas de avaliação de velocidade de um site a observar
Como viste, há diversas formas de avaliar o desempenho da velocidade de um site.
Também aqui cada caso é um caso e depende de muitos factores.
No entanto, há alguns valores básicos que merecem particular atenção.
Tempo até ao primeiro byte (TTFB, de time to first byte)
O tempo até ao primeiro byte é o tempo que demora até o servidor responder com alguma informação, como o envio do primeiro byte. Quanto mais tempo demorar, mais tempo leva para mostrar a página.
O Google recomenda menos de 200ms. Ainda assim, se tiveres um resultado de até 500ms, considera este resultado como normal. Acima deste valor, pode ser importante analisar a origem do problema.
Tempo até ao primeiro conteúdo
O tempo até ao primeiro conteúdo ou primeira pintura é o tempo que leva até ao aparecimento de conteúdo visual no ecrã.
Tempo de interactividade
O tempo de interactividade é o tempo que leva até ao site estar disponível para reagir à interacção por parte dos utilizadores.
Tempo de carregamento
O tempo de carregamento é o tempo que demora até ao total processamento da página. Isto é, até ao momento em que todos os recursos estão carregados, incluindo imagens, texto, CSS, JavaScript e tudo aquilo que a página possa conter.
Conclusão
Ora, considerando os diversos tempos e as várias formas de medição, é importante usar mais que um método para realizar os testes. Por vezes basta a mudança da localização a partir do qual o teste é realizado para obter resultados diferentes.
Depois dessas avaliações, é necessário analisar os dados e implementar as medidas necessárias para melhorar a velocidade do site.
Afinal, todos sabemos como a performance é importante para levares mais tráfego para o site e converter os utilizadores em clientes.