Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Nós temos telhados de vidro, desta forma nem nos atrevemos a isso. Já cometemos alguns destes erros básicos num site WordPress antes do lançamento.
Sabemos que o lançamento de um site é sempre um momento de stress. Por muito bem planeado que seja e mesmo que tenha corrido tudo bem desde o primeiro dia, há sempre alguma coisa que fica esquecida para trás.
Ou, pior, algo de que nunca nos lembramos.
O lapso inesperado
Como daquela vez em que estava tudo pronto para o arranque.
Páginas feitas, imagens bem arranjadas e nos respectivos sítios, textos bem articulados, sem erros.
Tudo organizado como previsto. Ou quase tudo.
Num canto do menu residia um irredutível espaço de uma página de contacto onde morava um formulário que teimava em não colaborar.
O problema já tinha sido detetado. Mas ficou para depois. Não era urgente. Ficou esquecido mesmo na lista de verificação. Faltava riscar este ponto.
Site lançado. Olhar de satisfação para o serviço feito. Ia começar outra aventura, a do suporte e manutenção, mas por hoje estava feito.
Não demorou mais que uns minutos até ao telefone tocar. Do outro lado diziam que algo estava mal na página de contacto. O diabo estava nos detalhes.
Ação de emergência em curso. A página passou a rascunho e mãos à obra para resolver o problema. Cinco minutos. Foram apenas necessários 5 minutos para resolver algo bem simples e voltar a colocar a página disponível.
Seja a primeira ou a centésima vez que lançamos um site novo há sempre uma ou outra surpresa.
O brilho do momento pode ficar ofuscado por erros básicos.
O que propomos abordar são alguns desses eventuais deslizes para que os possas corrigir a tempo do grande momento: o lançamento do teu novo site.

Faz cópias de segurança com frequência e desde o primeiro dia para evitar o desastre total
Por algum motivo se chamam ‘cópias de segurança’. São uma espécie de ‘seguro que ajuda a resolver problemas’ quando algo de negativo acontece. Não são o plano B mas sim o plano A.
Ninguém gosta de pensar em cenários e acontecimentos desastrosos. É um dos pequenos truques que o nosso cérebro usa para nos proteger.
Mas podem acontecer. Nesse momento, mais que deitar as mãos à cabeça e gritar ‘e agora?’, é preciso reagir depressa e não há nada como ter cópias de segurança.
Os backups representam a grande diferença entre um pequeno incidente e o desastre.
A maioria dos fornecedores de alojamento integra cópias de segurança nalguns dos seus planos. Tem a certeza de que escolhes um destes. O pequeno valor a mais que vais pagar compensa largamente se houver algum azar.
Se o teu fornecedor de alojamento não oferecer qualquer serviço deste tipo, muda já para outro que o faça.
Não fiques por aqui e vai um pouco mais longe.
É possível que esses ficheiros de backup sejam guardados no mesmo disco onde está o teu site ou num disco diferente mas nas mesmas instalações físicas. Se o desastre ocorrer nesse local vais acabar por, de forma indirecta, ficar com um problema ainda maior. Perdes o site e o backup.
Faz a tua própria cópia de segurança
Por isso, em complemento à cópia de segurança feita pelo teu serviço de alojamento é importante que faças também a tua própria e a envies para um serviço externo. Guarda-a por um tempo que consideres suficiente. No nosso caso, fazemo-lo por 90 dias.
Podes usar um de vários plugins específicos para este feito. Nós gostamos e usamos o BackupBuddy. Há outras opções, como o Duplicator e o UpdraftPlus.
Escolhe um que permita fazer cópias de segurança dos ficheiros e base de dados e tenha igualmente um bom sistema de restauro, se for necessário.
Podes envia-las para um serviço de nuvem, como a Amazon Web Services, para o Google Drive, Dropbox ou outro serviço de cloud.
Ponto encerrado? Ainda não. Continuemos nas cópias de segurança mais um pouco. Por isso já vês que este é um assunto sério.

Faz cópias de segurança antes de atualizar o WordPress, plugins e temas
Qualquer atualização do WordPress, bem como dos temas e plugins, deve ser antecedida pela realização de uma cópia de segurança.
É possível que uma dessas atualizações provoque um qualquer conflito no site e te acabe por estragar o dia.
Não estamos a dizer que vai acontecer sempre, de vez em quando ou apenas raramente. Mas também não estamos a dizer que não irá acontecer nunca. Sendo verdade que pode, de facto, nunca acontecer.
Um pouco confuso?
Talvez seja melhor dizer que é possível que corra tudo sempre bem. Mas é igualmente possível que não corra. Por isso, faz sempre cópias de segurança e mantém-nas atualizadas tanto quanto possível.
Uma boa regra será, por exemplo, agendares os backups para meio da madrugada e fazeres as atualizações antes de inserires novos conteúdos.
Escolheste um tema bonito mas que não é funcional?
Costuma dizer-se que os olhos também comem.
É verdade. Quem nunca ficou a salivar ao ver um prato de comida bonito, organizado com cuidado estético e colorido?
Nos temas para sites acontece a mesma coisa.
Escolher um tema (ou desenha-lo de raiz) é uma das tarefas mais agradáveis na criação de um site. Com milhares de opções, há um mar de possibilidades que se abre à tua frente. O problema está quando perdes o pé…
Nem todos os temas são práticos e funcionais na mesma medida em que são agradáveis ao olhar. Não só para quem faz o site mas, sobretudo, para quem o vai utilizar.
Assim, quando estiveres a fazer a tua selecção ou a conversar com o designer sobre o aspecto do tema, coloca as funcionalidades e a usabilidade do site em primeiro lugar.
O design bonito, o aspecto brilhante, os detalhes elegantes vêm em quarto, quinto ou sexto lugar na lista de preocupações.
Imagina um carro bonito, brilhante e elegante mas que não funciona. O grau de utilidade é zero.
Com excepção de obras artísticas, o design em caso algum, nunca, jamais, deve sobrepor-se à funcionalidade. Se houver um conflito, por pequeno que seja, é o design que tem de mudar. Ponto.
Isto é tão verdade para o site mais visitado do mundo como para o site de uma qualquer associação de designers que é visitado apenas por designers.

Usa um tema dependente para evitar mexer e estragar o principal
Um tema dependente é um ‘child theme’. Talvez já tenhas ouvido falar disto ou lido neste site ou outro.
Os sites WordPress usam temas para definir os estilos de apresentação. São os modelos em cima dos quais encaixas o teu conteúdo.
É provável que, mais dia menos dia, venhas a fazer alterações a esse tema, personalizando-o à tua maneira e estilo. Nada a opor. Só que há um pequeno problema.
Mais dia menos dia, é provável que haja uma atualização do tema principal. Quando isso acontecer e quando carregares no botão para atualizar, todas as alterações que fizeste irão desaparecer. Para grande desalento da tua parte.
Nem tudo está perdido.
Como seguiste as nossas sugestões anteriores, podes repor uma cópia de segurança e tudo voltará a ficar como estava.
No entanto, porque a nova versão do tema pode, entre outras coisas, resolver problemas de segurança, não vais querer deixar de fazer a atualização.
O melhor de dois mundos está, pois, na utilização de temas dependentes. Estes funcionam em cima do tema principal e recolhem tudo dele, com excepção das alterações que implementaste.
Instala apenas os plugins essenciais e foge do fogo de artifício
Uma das mais fantásticas vantagens do WordPress em relação a outros sistemas de gestão de conteúdos é a gigantesca quantidade de plugins gratuitos existentes.
Os plugins são pequenas peças de software que instalas no WordPress e que te permitem extender as suas funcionalidades.
Por serem muitos e possibilitarem fazer (quase) tudo, muitas pessoas têm a tentação de acumular um grande número deles, em busca de soluções para isto e aquilo. Muitas vezes acabam por encontrar problemas.
Não há uma regra quanto ao número de plugins que um site deve ou pode ter. Depende mais da qualidade de construção de cada um deles, do que do seu número.
De uma forma geral, podes assumir que quantos menos, melhor.
Procura ter apenas aqueles que são essenciais ao teu projeto.
- Um plugin que ‘faz cair’ neve pela altura do Natal é essencial? Nopes.
- Um plugin que coloca uns bonecos fantasmas a percorrer o teu site por altura do Halloween é essencial? Não, cruzes canhoto.
- Um plugin que ‘dá’ música a quem chega ao teu site é essencial? Nopes. E esquece isso da música automática no site, a menos que seja o site de uma rádio online.
Mas qual é o problema, estarás a perguntar…
O principal problema é que os plugins nem sempre funcionam bem uns com os outros. Além disso, cada plugin introduz mais um ou outro elemento que o site tem de carregar, mais uns estilos próprios e mais umas coisinhas JavaScript.
Tudo junto significa um aumento do tempo de carregamento.
Sabes quem não gosta nada de ter de esperar muito tempo para ver o teu site?
Os visitantes. E o Google. E garantimos que vais querer ter um bom relacionamento com ambos.
Muitas festas recorrem a sessões de fogo de artifício como chamariz ou atrativo. No caso dos sites, o fogo de artifício funciona como repelente de visitantes.
Usa um ambiente de ‘staging’ para testar sem medo
Lembras-te de sugerirmos para fazer cópias de segurança antes de fazermos atualizações? Pois bem, além disso recomendamos que uses um ambiente de staging para testar primeiro essas atualizações e só depois as fazer no site online.
O que é o staging?
É um site de testes que tem de ser idêntico aquele que tens disponível para os utilizadores. Um clone perfeito que existe para que possas testar o que for necessário sem correres riscos.
Muitos serviços de alojamento permitem a criação de sites de staging em apenas um clique. Em muitos deles é possível fazer as alterações necessárias e, depois de verificar o seu sucesso, envia-las para o site online também em apenas um clique.
Usa staging desde o primeiro dia do novo site para uma maior dose de tranquilidade.
É verdade que um alojamento que possibilite a criação de staging é um pouco mais caro que os restantes. Mas aqui a pergunta que tens de fazer a ti próprio é esta: “quanto dinheiro poderás perder se o teu site estiver em baixo umas horas ou uns dias?”. Agora faz as contas.
Ah, é também verdade que podes criar um ambiente de staging no teu próprio computador, se replicares o site tal como está online. Não é o método perfeito mas é melhor que nada.

Nunca uses admin como nome de utilizador e escolhe senhas complexas
Admin era o nome de utilizador por omissão de todos quantos faziam um site WordPress nos primeiros anos. Há já muito tempo que isso mudou e temos a certeza que no novo site não irás cometer este erro.
No entanto, há ainda muitas pessoas que o usam. Se é o teu caso, trata já de mudar isso e depois regressa.
Muitos hackers criaram bots cuja missão é tentar aceder à administração de sites para os infectar. Com naturalidade usam ‘admin’ como nome de utilizador. Se acertarem, ficam um pouco mais perto de entrar na área de administração do teu site. E não vais querer isso.
Em paralelo, escolhe sempre senhas:
- Complexas: com letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos;
- Longas: com um mínimo de 16 caracteres;
- Únicas: usada apenas e só para um site;
Usa um gestor de senhas para facilitar a tarefa de organizar e gerir as múltiplas e inúmeras senhas que tens para os teus projetos e para os serviços e sites que utilizas.
Nós gostamos do LastPass mas há muitos outros.
Outras alternativas de qualidade, entre grátis e pagas:
Faz ligações permanentes adequadas aos motores de busca, para que gostem de ti
O WordPress é um sistema de gestão de conteúdos muito bem preparado para a optimização junto dos motores de busca. Mas isso não quer dizer que não se possa dar uma ajuda extra.
O primeiro passo é a definição de ligações permanentes que ajudem o Google e comparsas a perceber melhor aquilo que o teu site tem.
Por omissão, o WordPress coloca as ligações permanentes num pouco estético ‘dominio.com/?p=123’. Por isso, precisamos de dar uma ajudinha neste aspecto.
Vai a Opções -> Ligações permanentes e faz a tua escolha por um dos outros formatos. Nome do artigo é uma forma segura e aquela que, à partida, será a mais adequada para a maior parte dos casos.
Mas se tiveres um site de estilo informativo, onde a gestão de datas seja importante, talvez seja preferível optares por dia e nome ou mês e nome.
A otimização do site para os motores de busca não é o centro deste artigo mas é importante salientar que este tópico deve ser alvo de atenção da tua parte logo desde o início.
No entanto, não entres em excessos que podem ser prejudiciais.

Cuida o tamanho das imagens para teres um site mais rápido
O excessivo uso e abuso de imagens de grande dimensão é um dos erros mais comuns de quem está a dar os primeiros passos no WordPress.
Quanto maiores e mais pesadas forem as imagens que publicas mais lento será o carregamento do site do lado do utilizador. Com todas as consequências negativas que isso provoca.
Por ser mais simples ou mais rápido, muitas pessoas carregam imagens com tamanho desnecessário e bastante pesadas. Talvez com a boa intenção de as otimizar ‘num destes dias’. Acontece que é muito alta a probabilidade disso nunca acontecer.
Um dia encontramos imagens CMYK (um formato usado apenas para impressão) num site. Muito pesadas e inúteis. Tinham sido colocada num ‘desenrasque’ por falta de tempo e ali ficaram até ao dia em que as encontramos, quando fomos contactados para fazer a manutenção do site.
Que a urgência ou a pressa não sirva de desculpa para fazeres o melhor possível. Antes de carregares as imagens, edita-as para que fiquem no tamanho necessário e com um ‘peso’ aceitável.

Não abuses do número de categorias para manter uma organização simples
O WordPress facilita a criação de categorias. Por isso, muitas pessoas acabam por se entusiasmar e criar categorias em cada artigo. Mais tarde acabam por corrigir o erro.
Daí ser preferível usar poucas categorias, apenas as essenciais para os grandes tópicos do teu site. Para tudo o resto existem as etiquetas.

Usa um sistema de cache para acelerar o site
Um plugin de cache pode não ser essencial para sites de pequena dimensão ou com poucos visitantes. Mas todos sabemos que o teu propósito é aumentar o número de utilizadores e fazer crescer o teu projeto.
Começa logo de início com um plugin de cache, que ajude a acelerar o carregamento do site e a prevenir quebras, caso tenhas muito tráfego em simultâneo.
Nós usamos e recomendamos o WP Rocket mas poderás também ficar bem servido com o WP Super Cache.
Instala o Google Analytics para conheceres quem visita o teu site
É uma ferramenta obrigatória em cada site a partir do primeiro dia.
O Google Analytics permite que saibas quantas visitas o teu site tem, durante quanto tempo, em que dias e horas, quais as páginas mais visitadas, por onde andaram os visitantes dentro do teu site, qual foi o página de entrada e a de saída.
Estes são apenas algumas das ações e informações que podes obter a partir do Analytics. Mas há muito mais.
Depois dos primeiros tempos é recomendável o investimento de 30 minutos por semana para analisar os resultados e tendências dos visitantes do site.
Entretanto, aproveita que estás a tratar do Google Analytics, para registares o site no Google Search Console.
Altera a descrição do site para representar a tua empresa
É espantoso o número de pessoas que não altera, por esquecimento ou desconhecimento, a descrição do site.
Por omissão, o WordPress insere um “Just another WordPress site” (“Mais um site WordPress”, na versão portuguesa) na descrição, que muitas pessoas acabam por deixar ficar durante muito tempo.
Alterar a descrição é muito simples.
Vai a Opções -> Geral e encontras a descrição logo depois do título do site.
Aproveita para colocar o slogan da tua empresa, se tiveres. Se não, insere uma frase que indique aquilo que tens para oferecer ao mundo. É importante que seja curta e simples. Não faças nenhum relatório.

Coloca as páginas incompletas em rascunho para evitar que fiquem acessíveis
Um erro que muitos principiantes cometem é deixar acessíveis páginas que ainda não estão completas. São aquelas que mereceram alguma atenção na fase de preparação do site mas, por este ou aquele motivo, ficaram esquecidas e não foram concluídas.
O esquecimento foi tal que o site foi lançado com essas páginas acessíveis, talvez mesmo com ligações para elas e até presença no menu.
Assim, antes de colocares o site online visita todas as páginas. Sem excepção. Corrige o que houver para corrigir. Se não houver tempo para concluir algumas dessas páginas, retira as ligações existentes de outras páginas para essas e coloca-as em rascunho até estarem prontas.
Verifica a existência de erros 404
O erro 404 acontece quando aquela página não existe e o link vai dar a lado nenhum.
Há diversas circunstâncias em que isto pode ocorrer:
- a página foi eliminada;
- o URL está incorrecto;
- houve um redireccionamento errado;
- um problema no servidor.
É fundamental analisar todas as páginas do site e verificar se todas estão a funcionar adequadamente. Num site pequeno esta é uma tarefa relativamente simples mas num site com dezenas ou centenas de páginas (mesmo na altura do lançamento) será preferível usar uma ferramenta como o Screaming Frog para detectar erros 404.

Testa todos os formulários
Depois de todos os testes na fase de criação e desenvolvimento do site, faltam ainda os testes finais. Em particular dos elementos relacionados com a comunicação.
Volta a verificar se todos os formulários estão a funcionar e a enviar os emails para os respectivos destinatários.
Faz o mesmo com os formulários de subscrição de newsletter e outros eventuais meios de contacto que tenhas no site.
Conclusão
Tudo isto que ficou para trás talvez seja a parte menos sexy de criar um website. No entanto, não tem de ser algo maçador.
Encara estes pontos como uma espécie de jogo.
Uma etapa que precisas de cumprir para obter o prémio final: um site top logo desde o momento do lançamento.
Agora é tempo de deitar mãos à obra e encontrar e corrigir os pequenos ‘lapsos’ que o teu site tem.